domingo, 8 de maio de 2011

ERROS..

Há alguns dias que o noticiário tem sido dominante sobre Bin Laden. A sua morte, pelos EUA, difundida segundo os ensinamentos do marketing político do império americano representa a vitória do poder vigente sobre as tentativas de contestação desse poderio pelos insurgentes. Embora a morte possa ser justificada pelos atos de atrocidades a ele atribuídas, o ato em si, de matar é questionável sob a concepção jurídica do próprio matador. Se diz há muito tempo que "um erro não justifica o outro", porém foi exatamente o que os EUA fizeram. Quando é contra eles, é repudiável; quando a favor, é louvável. Dois pesos e duas medidas. Por uma lado Bin Laden é um subproduto do imperialismo. É claro que não pretendo justificar seus atos, injustificáveis por si mesmos. Mas também não posso aceitar que ele tenha sido assassinado justamente pelos guardiãs da liberdade, defensores do estado de plenitude democrática e propagandeadores dos direitos humanos. Assassinato é assassinato, não importa quem o pratica, porque, ou contra quem. "Não matarás". É o mandamento. Quem mata viola a lei. Supõe-se que a civilização alcançou um estágio no qual renunciou-se à violência como prática corrente, notadamente a perpetrada pelo Estado, que deve se empenhar no sentido de reprimi-la, jamais de praticá-la. Ainda mais tendo sido urdida, planejada e autorizada pela autoridade máxima da maior potência militar do ocidente.
Cabe-nos a reflexão. A cultura ocidental, há dois milênios, difunde o princípio segundo o qual deve-se pagar o mal com o bem. O bem que combate o mal usando os mesmos artifícios é tão mal quanto o mal. A civilização nos ensinou que a era do "olho por olho e dente por dente" foi representativa de povos selvagens, bárbaros, incultos. Estes atributos, então, se aplicam aos EUA de Obama?

Nenhum comentário:

Postar um comentário